sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Para onde vamos?

A definição de um futuro de atitudes sustentáveis é, cada vez mais, uma questão basilar no desenvolvimento de uma sociedade contemporânea. Apesar de "chavão", é uma verdade.

Por isso, desenvolver uma estratégia integrada de crescimento é, sem dúvida alguma, um dos maiores desafios que se coloca nesta fase, e cada vez mais, às terras e regiões que pretendem, a prazo, tornar-se competitivas, inovadoras e locais de excelência para viver.

E todo este processo só faz verdadeiro sentido se a participação das populações for evidente. Se toda a sociedade civil der a sua contribuição. No entanto, para que isso aconteça, é necessário confrontar diferentes e várias sensibilidades, para um aprofundar de todas as expectativas e de todos os anseios relacionados com o ambiente em geral, e com o desenvolvimento urbano em particular.

Todo esse processo passa então, a meu ver, por uma profunda discussão sobre uma questão fundamental: "...Para Onde Vamos???".

É disso que Caldas de S. Jorge precisa.

Não são raras as vezes que se ouvem opiniões sobre este ou aquele projecto, sobre este ou aquele tema, sobre este ou aquele espaço, sobre esta ou aquela opção. E diga-se de passagem, que daí até nem vem mal ao mundo.

No entanto, do meu ponto de vista (repito, do meu ponto de vista) será necessário algo mais. Será necessário que as pessoas pensem, a longo prazo, o que querem para esta (emocionante) terra.

Será necessários que, no fundo, se defina e crie a "marca" CALDAS DE S. JORGE.

Não é possível programar o que quer que seja com projectos "avulso", que surjam por "impulso" em ocasiões espaçadas no tempo. Disso, podem ter a certeza.

Neste caso, o desenvolvimento integrado de Caldas de S. Jorge só será possível se existir um "mote", um "objectivo", uma estratégia daquilo em que se poderá tornar a médio/longo prazo.

À semelhança dos homens, as aldeias, vilas ou cidades "precisam de uma vocação, de uma filosofia própria". Só mostrando e assumindo as suas mais-valias, elas se poderão diferenciar e Ter uma visibilidade regional ou nacional.

Por isso, seria importante, em primeiro lugar, valorizar-mos aquilo que a fortuna nos trouxe: uma água que brota do NOSSO solo e que permite a existência de umas termas que devem ser mais potenciadas. Depois, ainda no campo paisagístico e natural, era bom que soubéssemos respeitar este vale, este Uíma e suas margens. Não chega requalificar... É preciso revitalizar (revitalizar também, já agora, o centro da vila – é preciso gente nova a habitar no centro da vila).

Podemos então assumir a primeira das NOSSAS vocações: TURISMO de saúde e lazer. Neste campo, as diferentes entidades também deverão, de uma vez por todas, assumir esta mais valia da terra e da região, promovendo e "incentivando" a sua dinamização. E esta "coisa" do turismo, não tem necessariamente que ver, com a localização de um hotel ou de outro equipamento similar, isolados. Pelo contrário. Esta "coisa" do turismo é muito mais do que isso: é, entre outras coisas, incentivar a população a participar naquilo a que eu chamo SERVIÇOS DE PROXIMIDADE, é sermos empreendedores e inovadores naquilo a que nos propomos fazer, é envolvermos a população na dinamização turística da vila, é termos estabelecimentos de restauração e bebidas que marquem a diferença, de qualidade (já existem alguns), que por exemplo, apresentem produtos diferenciados e relacionados com a região, etc...

Mas, Caldas de S. Jorge é diferente das outras terras. Caldas de S. Jorge tem mais factores de interesse. Tem o facto de ser um dos pólos europeus da industria de puericultura. E isso também vai muito para além do investimento privado que, por cá, pequenas empresas e grupos empresariais representam (e representam bem).

Ora aí está mais uma das NOSSAS vocações: INOVAR NA INDUSTRIA DA PUERICULTURA. Podemos e devemos associar a puericultura ao termalismo e ao turismo.

Senão vejamos: Um tipo Finlandês (ou doutro qualquer ponto da Europa) faz um workshop nas Caldas de S. Jorge sobre as novas tendências para os artigos e vestuário para criança. Certo que diversos indivíduos deste ou de outros países para cá se deslocam para essa troca de experiências, poderemos também demonstrar o nosso empreendorismo nas actividades por cá desenvolvidas.

Para isto, como é lógico, será necessário possuir meios físicos, humanos e condições de atractividade: é aqui que entra a correlação com a vocação turistica. "Oferecendo-lhes" o que as termas e a vila têm de bom, mostrando-lhes aquilo que fazemos ao nível industrial, trocando saberes... Quem sabe se poderá daí sair a ideia de organizar um evento do tipo "Caldas de S. Jorge Children Fashion 2010" (lá está a "marca" Caldas de S. Jorge). Quem sabe se daqui de Caldas de S. Jorge, não poderão brotar novos talentos na área da moda e do design industrial associados à puericultura?

Podíamos até, com um bocadinho de esforço, pensar numa terceira vocação: na lógica do DESPORTO. Com um bocadinho de jeito, associando um relvado e uma pista de atletismo, a uma pequena unidade hoteleira, umas termas, e uma promoção direccionada para os sítios certos, teremos um cocktail interessantíssimo chamado qualquer coisa como Centro de Estágios e de Alto Rendimento Desportivo - CEARD?. (Nesta se calhar exagerei. Talvez esteja a sonhar alto...).

Como já estou a ser longo, deixo apenas mais uma nota:

Esta coisa da internet, da blogosfera, a que eu chamo "REDE" é, cada vez mais, um meio de dinamizar, e dar a conhecer o que quer que seja.

Julgo que, no caso deste blog, apesar de algumas limitações, temos tido um bom exemplo na questão de (re)colocar novamente pessoas de Caldas de S. Jorge a discutir, enfim... a trocar ideias. Numa era do conhecimento global, da tal REDE GLOBAL, a informação e o empreendorismo devem ser aproveitados para engrandecimento e democratização dos pensamentos em relação aquilo que queremos para a nossa terra, promovendo-a.

Estamos todos (ou quase todos) à distância de um click.

Os leitores podem até discordar daquilo que (finalmente está a acabar, ufa) eu escrevi... É um risco calculado que assumo.

Logo, um começo, pode ser até do género ...

"Não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí"... (Onde é que eu já ouvi isto?)

(Junho de 2007, in "http://caldas-sao-jorge@blogspot.com")

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