Hoje, mais do que nunca, o grande desafio que se coloca aos agentes que participam na temática do ordenamento, é a definição de modelos operativos de desenvolvimento que perspectivem uma visão a longo prazo das nossas cidades e do nosso território em geral. No fundo, trata-se de tentar perceber naquilo em que o território se pode transformar num horizonte temporal alargado.
Vamos chamar-lhe “Visão Estratégica”.
Nesse contexto, Visão estratégica constitui, por exemplo, a realização de estudos sectoriais que permitam um melhor conhecimento da cidade e do território; a procura de oportunidades para a concretização de propostas, objectivos e medidas de intervenção; a possibilidade de se minimizar os pontos fracos do território e desenvolver as potencialidades encontradas.
Mas isso, de facto, não parece fazer parte da doutrina que serviu de base à elaboração do estudo do IDAD da UA, relativo à identificação de locais para a eventual instalação do novo aterro do sistema multimunicipal da Suldouro.
Por isso, recuso-me a participar nesta tendência quase institucionalizada na nossa classe de comentadores (e políticos) em considerar aquele um estudo bem feito, só porque resultou do trabalho de investigadores ou colaboradores da conceituada e “intocável” Universidade de Aveiro.
- Não! Não aceito os resultados daquele estudo como uma inevitabilidade, nomeadamente a identificação da fronteira entre Caldas de S. Jorge e Pigeiros para uma suposta localização de um aterro sanitário.
Não quero participar nesta quase conspiração eclética do politicamente correcto.
Porquê?
- Porque os pressupostos foram, desde o início, incompreensivelmente mal delineados;
- Porque o resultado apresentado pela equipa é, diria, contrário ao que, em certa medida, o próprio estudo acaba por realçar;
- Porque existem no estudo contradições que não consigo entender;
- Porque tenho a leve impressão que não estudaram nem conhecem o local “in situ”;
Para nós, interessa-nos um modelo de desenvolvimento urbano e uma cultura social capaz de PERCEBER AS ORIGENS E DINÂMICAS SOCIAIS DE CADA LUGAR, de VALORIZAR AS POTENCIALIDADES DO TERRITÓRIO, de CRIAR NOVAS OPORTUNIDADES e de RENOVAR A COMPETITIVIDADE DAS NOSSAS TERRAS.
Mas isso, definitivamente, o dito estudo não contempla.
Não podemos pois, considerá-lo, como um sinal positivo do que deverá ser uma (razoável) Visão Estratégica do nosso território.
- Porque não o é... definitivamente!
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