quarta-feira, 17 de março de 2010

Gosto de Sonhar! E depois?

Gosto de Sonhar. Pronto.
E depois?

Ninguém tem culpa de ter nascido para isto. E logo a mim, que sou um tipo mais ou menos bem comportado, me tinha de calhar tal "fava" do bolo rei da vida. Sim, porque essa história de "desperdiçar" algum tempo desta vida agitadíssima naquela coisa quase intolerável de sonhar e de exercitar o raciocínio está, cada vez mais, com os dias contados.

Antigamente, ainda existiam alguns visionários que se dispunham a disseminar algum do seu conhecimento pelas suas terras de origem e, honra lhes seja feita, conseguiram alguns agradáveis resultados. Eram os Senhores Doutores, Professores, Regedores, Agricultores e outros "ores" quaisquer que, não raras as vezes, "embebedados" de sapiência, arregimentavam as populações, só permitindo, de quando em vez, que os "profanos" (qual maçonaria) dissessem qualquer coisinha. Em todo o caso, já nessa altura, os menos letrados e que só falavam de quando em vez, pensavam (e pensavam bem).

Sinto alguma nostalgia e, porque não, até alguma raiva de não ter vivido esses tempos.
Seriam tempos em que as pessoas eram, efectivamente, respeitadas – Dizem...

Hoje, para (a)variar, as coisas não serão bem assim.
Um gajo que ouse mandar uns bitaites mais ou menos articulados sobre um qualquer tema que diga respeito à sua terra é logo motivo de reparo. E então, se esses bitaites tiverem alguma consistência e perspectivarem um desígnio, uma filosofia, um modus operandi para a terra, isso é que não pode ser: vêm logo os verdadeiros representantes do povo (dizem eles) alegar que isso são coisas de indivíduos intelectuais, que não põem as "mãos na massa" (acho que é assim que vociferam).

Começo a ficar farto dessas histórias e de "falsas modéstias". Já "enchi o saco".
Há pessoas que não merecem.

A partir de agora, vou começar a puxar dos "galões" (de preferência mornos e com pouco café) e armar-me em "importante" quando me disserem que não sei o que são as agruras da vida, que não dou erros ortográficos, que não sou do povo, que tenho a mania que sou letrado.

- É verdade. Sou isso tudo! E quê? Tens algum problema com isso? – Direi eu.

Não me importo. Estou a escrever "sem rede". Mas garanto que vai ser assim.

Era só o que faltava eu ter de me acanhar perante indivíduos que, além de darem “erros” (não necessariamente os ortográficos, mas também), jamais fizeram algo para o desenvolvimento e defesa da sua terra, não querem sonhar e, cúmulo dos cúmulos, não se predispõem a aprender.

Não está (longe disso) em causa o valor humano de cada um – nesse campo, somos todos iguais. Sempre abominei a questão das segregações: pela cor, pelo credo, pela ideologia, pelo grau de riqueza, pelo grau de escolaridade. Repito, nessas matérias somos todos iguais.

Está em causa, sim, quando tentam, à luz de um discurso populista, retrógrado e ressabiado, diminuir a importância do saber e do sonho, enquanto modos de vida.
Faz bem sonhar sim senhor. Faz bem à alma, ao espírito, ao corpo, à terra, aos outros.

E ainda faz melhor quando (o sonho) é feito de uma forma desprendida e na perspectiva de contribuir para um melhor futuro dos vindouros.

Meus caros, tinha de Vos transmitir isto. Estava cá "entalado" há tempos.

Assim sendo, se ainda tiverem o virtuosismo da atenção perante esta longa e “certa confidência”, permitam-me um conselho e, porque não, um "desafio": tenham a ousadia de Sonhar. Sonhem. Sonhem muito. Sonhem como a vossa terra pode ser daqui a uns anos. Sonhem numa terra colorida. Sonhem numa terra onde é bom viver.

Sonhem... Sonhem sempre...
Divirtam-se…

Porque, como já alguém dizia, "…O Sonho comanda a Vida…".

- Há! E se possível... Sem erros ortográficos!

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