Este ano, “Abril” chegou mais cedo. Pelo menos ao nível desportivo.
De facto, o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol reduziu hoje para três e quatro jogos (Hulk e Sapunaru, respectivamente) os castigos de quatro e seis meses impostos pela Comissão Disciplinar da Liga, após os incidentes no final do jogo Benfica-FC Porto, de 20 de dezembro de 2009.
Talvez tenha ficado assim desmontada mais uma “habilidade jurídico-desportiva” consumada pela CD da LPFP e exibida publicamente durante muito tempo, qui ça por uma enorme sede de protagonismo ou, talvez, por outros interesses com origem mais–ou-menos conhecida (a Sul?). Ficamos na expectativa de saber se esse “acto de contrição” e de reposição da verdade que agora se impõe terá o mesmo tratamento jornalístico.
Entretanto, desde a famosa suspensão dos jogadores do FCP passaram 17 jogos das competições nacionais e mais de três meses.
E será caso para perguntar como teria sido a prestação do FC Porto durante esse período, caso os dois atletas estivessem disponíveis? Estaria o FCP na mesma posição da tabela classificativa? Estariam determinados clubes tão “folgados” na sua caminhada triunfal para a champions?
Do mesmo modo, fica a duvida se, eventualmente, mesmo que “muito remotamente”, o pedido de demissão do Senhor Presidente da Liga Portuguesa de Futebol, Hermínio Loureiro, é sinónimo (para Ele) de “missão cumprida”...
1 comentário:
Caro Pedro,
já muito a destempo, mas no meio de tantas "injustiças" surpreende-me que nem uma palavra de condenação das agressões por parte dos jogadores (sempre referenciados como vítimas), que existirem e foram provadas e que nem essas o Conselho de Justiça conseguiu ilibar.
Para além do mais, a "injustiça" não decorreu tanto do acerto de uma decisão e do desacerto ou não de outra, mas sim do tempo que uma demorou a corrigir a outra. Pode não paracer, mas faz toda a diferença.
Quanto ao teu exercício de uma suposição, "...E será caso para perguntar como teria sido a prestação do FC Porto durante esse período, caso os dois atletas estivessem disponíveis? Estaria o FCP na mesma posição da tabela classificativa? Estariam determinados clubes tão “folgados” na sua caminhada triunfal para a champions?", provavelmente podes considerar como resposta a que Jesualdo Ferreira e seus pupilos sempre responderam em anos anteriores quando se questionava a dependência da equipa face a jogadores como Lucho, Lisandro e de Quaresma, um pouco antes. Se bem me lembro, Jesualdo, invariavelmente, respondia que a equipa estava preparada para fazer face às ausências e que a equipa era o todo e não essas individualidades.
Acontece que nesses tempos, ainda recentes, as folgas na pontuação permitiam essa largueza de vistas e o abrir de peito no cimo do pedestal.
Como vês, as coisas são sempre o que nós quisermos que sejam. Umas vez dá-nos jeito que sejam de uma forma, outras vezes nem por isso.
Ainda voltando ao "acerto" do Conselho de Justiça, que fez um "Abril" mais temporão, basta-nos ouvir a confidencialidade entre Pinto da Costa e Madaíl, apanhados numa das famosas escutas, que os portistas teimam ignorar como se fossem excertos de uma mera novela, combinando o acerto da decisão relativamente ao caso da "chuteirada do Deco" para percebermos como é que algumas "justiças" são repostas.
Mas pronto, isto de discutir futebol é como desenhar paralelas, mesmo que muito próximas nunca se unem.
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