Há cinco anos, na edição de Janeiro/Março 2003 da Revista Arquitectura & Construção, tive o privilégio de ver publicado um dos meus primeiros trabalhos profissionais realizado "a solo".
Trata-se da Casa Rodrigo Marques, em Vila Nova de Cerveira.
A título pessoal, o referido projecto foi, de facto, e a todos os níveis, marcante...
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
The Dhaka Project
"...Todas as crianças merecem a oportunidade de construir uma vida cheia e compensadora. No The Dhaka Project, maximizamos o potencial humano. Tentamos trazer esperança às crianças de Dhaka proporcionando-lhes aptidões sustentáveis e dignidade, necessárias para melhorar a sua vida. Temos em mente a transformação do tempo de vida...".
"Maria do Céu da Conceição é uma portuguesa de 29 anos, hospedeira da Emirates Airlines, uma companhia aérea do Dubai.
Numa das suas viagens, acabou por contactar com o Bangladesh e com a sua terrível pobreza. Nesse mesmo dia sentiu que podia ajudar e fundou, meses depois, o "Dhaka Project", uma invulgar obra de solidariedade que presta auxílio humanitário a mais de 600 crianças e respectivas famílias.
Em menos de dois anos, e sem qualquer apoio institucional ou governamental, Maria lidera uma das 200 mil ONGs que funcionam no Bangladesh. Com o seu ordenado como hospedeira consegue pagar a 53 funcionários. Tudo o resto é feito com muita persistência, intuição e capacidade de mobilizar os outros para este projecto que de caridade.
É também graças à sua profissão, que a permite conhecer muita gente e viajar pelo mundo inteiro, como ao facto de morar no Dubai que, Maria, consegue angariar donativos suficientes para financiar o "Dhaka Project". Através dele centenas de crianças são alimentadas, vacinadas e vão à escola. Por sua vez, os pais recebem cursos de formação profissional que lhes possibilita, mais tarde, procurarem um emprego.
Comparada com Madre Teresa de Calcutá, há até quem julgue que o seu espírito encarnou em Maria, mas a verdade é que nada lhe cai do céu.
Enfrenta resistências diárias para conseguir desenvolver esta obra de caridade num país maioritariamente muçulmano e onde o papel da mulher continua a ser sobrevalorizado. Repartida entre a opulenta e luxuosa cidade do Dubai e a necessitada cidade de Daca, Maria do Céu construiu um pequeno oásis num dos países mais pobres do mundo.
Este é um trabalho da RTP, para o programa "Em Reportagem" da jornalista Ana Romeu e do repórter de imagem Rui Capitão."
www.thedhakaproject.org
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Associativismo
Há dias, um amigo de longa data, lançou-me o desafio de escrever qualquer coisa sobre o Associativismo e o seu papel no desenvolvimento de uma terra ou região. Como tenho algumas dificuldades em negar esses “desafios”, decidi então, aceder.
Fraca hora...
Não foi preciso muito tempo, para perceber, o quão difícil é “dissertar” sobre esses movimentos que constróem e defendem a democracia participativa, que reforçam a intervenção dos jovens na vida social, numa simbiose entre a experiência dos mais velhos e a perspectiva dos mais novos na luta por uma mais ampla consciência socio-cultural.
E ainda mais difícil se torna a partir do momento em que o tal desafio nos é colocado por pessoas que, sendo participantes activos e activistas dos mais diversos movimentos associativos, tanto têm dado da sua vida pessoal em favor do progresso social e do desenvolvimento da sua terra.
Não pretendo, de forma alguma, questionar os métodos de dinamizar as diferentes associações, na medida em que, cada caso é um caso, e cada caso é, seguramente, merecedor do mais profundo respeito.
No entanto, arrisco “opinar” e apresentar a minha visão (oficial) sobre o papel que poderá desempenhar uma associação ou o movimento associativo em geral, na (re)introdução de dinâmicas de desenvolvimento e de inclusão neste nosso território.
Nos mais diferentes níveis de acção, as Associações podem, efectivamente, desempenhar um papel importantíssimo no desenvolvimento socio-cultural, como base estratégica do desenvolvimento de cada região. Como tenho defendido regularmente, existe um caminho importante para (re)descobrir: o investimento voluntarista na reconstituição do tecido social de solidariedade. Falo, por exemplo, do envolvimento da população e dos grupos de cidadãos na valorização dos serviços de proximidade, nas formas de economia social, no envolvimento de todos na promoção de cada terra.
No entanto, para que isso aconteça, será necessário que as associações se “abram” cada vez mais à sociedade e que promovam as inter-relações entre os diversos grupos de cada freguesia ou terra. Acima de tudo porque, com é normalmente aceite, as coisas podem representar um valor mais acrescentado se resultarem de uma dinâmica colectiva forte, através de uma conjugação de esforços...
Normalmente, e salvo as devidas excepções, cada associação vive mais ou menos na expectativa da construção do respectivo e “imprescindível” edifício sede.
Mas isso será assim tão fundamental? Cada vez que um elenco directivo qualquer se lembra em perpetuar para todo o sempre a sua passagem pela associação, terá necessariamente de ser através da construção de um edifício sede? A que custo? Quem paga? Qual é o resultado do binómio custo/benefício?
Haverá, isoladamente, uma rentabilização efectiva do espaço?
Penso que não.
Então qual é a solução?
- Evidentemente que uma associação necessita de ter um espaço. Um espaço digno e um espaço onde seja possível o grupo desenvolver as suas actividades.
Mas, talvez seja mais viável a conjugação de esforços no sentido da partilha e da comunhão dos espaços. E então, numa lógica em que as associações promovam actividades que ajudem ao desenvolvimento social da comunidade onde estão inseridas, nada melhor do que a existência de um espaço comum de reunião e acção/actividade, o qual pode ser dinamizado permanentemente, diariamente e com uma maior e melhor diversidade.
Tipo um “Fórum Associativo e Cultural”: um espaço multicultural, onde qualquer cidadão, seja qual for a sua origem, cor, estrato social ou credo, possa, eventualmente, “sentir-se útil” e “sentir-se em casa”. Um espaço que combata “as solidões” de muitas pessoas que, por vezes, teimamos em não querer ver.
Por outro lado, talvez esse sentido de partilha do espaço permitisse ainda um maior desenvolvimento de um trabalho comunitário, solidário, despretensioso e impregnado de paixão e dedicação. Obviamente que cada um dos grupos associativos possuiria uma pequena área devidamente delimitada de introspecção, mas depois... Bom, depois, todo o “núcleo central” do “edifício” seria de uma vivência tal que resultaria numa simbiose (quase) perfeita das diferentes e diversas formas de trabalhar para a comunidade. Sem sobreposições... Cada associação com a sua especificidade. Cada grupo com a sua independência. Mas todos os grupos com um desígnio: uma melhor terra para viver...
Porque fazer parte de uma associação é “...dar, sem nada estar à espera de receber...”.
Será utopia?
Fraca hora...
Não foi preciso muito tempo, para perceber, o quão difícil é “dissertar” sobre esses movimentos que constróem e defendem a democracia participativa, que reforçam a intervenção dos jovens na vida social, numa simbiose entre a experiência dos mais velhos e a perspectiva dos mais novos na luta por uma mais ampla consciência socio-cultural.
E ainda mais difícil se torna a partir do momento em que o tal desafio nos é colocado por pessoas que, sendo participantes activos e activistas dos mais diversos movimentos associativos, tanto têm dado da sua vida pessoal em favor do progresso social e do desenvolvimento da sua terra.
Não pretendo, de forma alguma, questionar os métodos de dinamizar as diferentes associações, na medida em que, cada caso é um caso, e cada caso é, seguramente, merecedor do mais profundo respeito.
No entanto, arrisco “opinar” e apresentar a minha visão (oficial) sobre o papel que poderá desempenhar uma associação ou o movimento associativo em geral, na (re)introdução de dinâmicas de desenvolvimento e de inclusão neste nosso território.
Nos mais diferentes níveis de acção, as Associações podem, efectivamente, desempenhar um papel importantíssimo no desenvolvimento socio-cultural, como base estratégica do desenvolvimento de cada região. Como tenho defendido regularmente, existe um caminho importante para (re)descobrir: o investimento voluntarista na reconstituição do tecido social de solidariedade. Falo, por exemplo, do envolvimento da população e dos grupos de cidadãos na valorização dos serviços de proximidade, nas formas de economia social, no envolvimento de todos na promoção de cada terra.
No entanto, para que isso aconteça, será necessário que as associações se “abram” cada vez mais à sociedade e que promovam as inter-relações entre os diversos grupos de cada freguesia ou terra. Acima de tudo porque, com é normalmente aceite, as coisas podem representar um valor mais acrescentado se resultarem de uma dinâmica colectiva forte, através de uma conjugação de esforços...
Normalmente, e salvo as devidas excepções, cada associação vive mais ou menos na expectativa da construção do respectivo e “imprescindível” edifício sede.
Mas isso será assim tão fundamental? Cada vez que um elenco directivo qualquer se lembra em perpetuar para todo o sempre a sua passagem pela associação, terá necessariamente de ser através da construção de um edifício sede? A que custo? Quem paga? Qual é o resultado do binómio custo/benefício?
Haverá, isoladamente, uma rentabilização efectiva do espaço?
Penso que não.
Então qual é a solução?
- Evidentemente que uma associação necessita de ter um espaço. Um espaço digno e um espaço onde seja possível o grupo desenvolver as suas actividades.
Mas, talvez seja mais viável a conjugação de esforços no sentido da partilha e da comunhão dos espaços. E então, numa lógica em que as associações promovam actividades que ajudem ao desenvolvimento social da comunidade onde estão inseridas, nada melhor do que a existência de um espaço comum de reunião e acção/actividade, o qual pode ser dinamizado permanentemente, diariamente e com uma maior e melhor diversidade.
Tipo um “Fórum Associativo e Cultural”: um espaço multicultural, onde qualquer cidadão, seja qual for a sua origem, cor, estrato social ou credo, possa, eventualmente, “sentir-se útil” e “sentir-se em casa”. Um espaço que combata “as solidões” de muitas pessoas que, por vezes, teimamos em não querer ver.
Por outro lado, talvez esse sentido de partilha do espaço permitisse ainda um maior desenvolvimento de um trabalho comunitário, solidário, despretensioso e impregnado de paixão e dedicação. Obviamente que cada um dos grupos associativos possuiria uma pequena área devidamente delimitada de introspecção, mas depois... Bom, depois, todo o “núcleo central” do “edifício” seria de uma vivência tal que resultaria numa simbiose (quase) perfeita das diferentes e diversas formas de trabalhar para a comunidade. Sem sobreposições... Cada associação com a sua especificidade. Cada grupo com a sua independência. Mas todos os grupos com um desígnio: uma melhor terra para viver...
Porque fazer parte de uma associação é “...dar, sem nada estar à espera de receber...”.
Será utopia?
sábado, 19 de janeiro de 2008
Desculpem, mas não é provincianismo!
Sábado, 19 de Janeiro de 2008.
Uma (simples) eliminatória da Taça de Portugal, disputada entre o grande Benfica e o Clube Desportivo Feirense, foi o mote para, de uma forma despretensiosa, embarcar nesta “onda feirense” que rumou à capital para assistir a um jogo de futebol.
Julgo, que não cometo qualquer heresia ao afirmar que, a derrota do CD Feirense por 1 golo foi, a todos os níveis, uma tremenda injustiça. O Feirense merecia muito mais.
Mas isso, acaba por ser secundário.
Importa assim, realçar, a forma como, através do futebol, um grande número de feirenses, da cidade e das restantes freguesias do concelho, se mobilizaram de forma a levar o bom nome e a “marca” Santa Maria da Feira a Lisboa e, por arrasto, a todo o país.
A esse nível, a direcção do clube merece os mais rasgados elogios, pois quiseram e souberam partilhar, com todos nós, esse acontecimento.
Do mesmo modo, é de realçar a forma como a Câmara Municipal, soube publicitar a Festa das Fogaceiras e, por conseguinte, as Terras de Santa Maria e o concelho de todos nós.
É com estas acções, com a promoção das peculiaridades da nossa terra e das nossas gentes, que se poderá contribuir, em grande medida, para evidenciação de desígnios comuns, sinónimo de uma maior maturidade e de um melhor desenvolvimento.
Como se costuma dizer, “...uma imagem vale mais do que mil palavras...”.
Julgo ter sido isso que aconteceu.
Sem provincianismo!
Uma (simples) eliminatória da Taça de Portugal, disputada entre o grande Benfica e o Clube Desportivo Feirense, foi o mote para, de uma forma despretensiosa, embarcar nesta “onda feirense” que rumou à capital para assistir a um jogo de futebol.
Julgo, que não cometo qualquer heresia ao afirmar que, a derrota do CD Feirense por 1 golo foi, a todos os níveis, uma tremenda injustiça. O Feirense merecia muito mais.
Mas isso, acaba por ser secundário.
Importa assim, realçar, a forma como, através do futebol, um grande número de feirenses, da cidade e das restantes freguesias do concelho, se mobilizaram de forma a levar o bom nome e a “marca” Santa Maria da Feira a Lisboa e, por arrasto, a todo o país.
A esse nível, a direcção do clube merece os mais rasgados elogios, pois quiseram e souberam partilhar, com todos nós, esse acontecimento.
Do mesmo modo, é de realçar a forma como a Câmara Municipal, soube publicitar a Festa das Fogaceiras e, por conseguinte, as Terras de Santa Maria e o concelho de todos nós.
É com estas acções, com a promoção das peculiaridades da nossa terra e das nossas gentes, que se poderá contribuir, em grande medida, para evidenciação de desígnios comuns, sinónimo de uma maior maturidade e de um melhor desenvolvimento.
Como se costuma dizer, “...uma imagem vale mais do que mil palavras...”.
Julgo ter sido isso que aconteceu.
Sem provincianismo!
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Cidade do PORTO
CIDADE DO PORTO...
Património da Humanidade
O Porto, através de um grupo de cidadãos intitulado “Cidadãos do Porto SA” e com o apoio de algumas figuras da musica e da animação cultural, festejou os onze anos de elevação da cidade à designação de Património da Humanidade.
Tal classificação, aconselhava a que a autarquia portuense e as diferentes organizações da cidade, pudessem ter construído um evento comemorativo mais amplo e apropriado. Mas tal, não aconteceu. O que, nem é surpresa.
A esse nível, é de todo incompreensível a pouca importância a que tem sido votada nos últimos anos, esta classificação pela UNESCO, nas estratégias de afirmação do Porto e da Região Metropolitana, no contexto nacional e internacional.
Património da Humanidade
O Porto, através de um grupo de cidadãos intitulado “Cidadãos do Porto SA” e com o apoio de algumas figuras da musica e da animação cultural, festejou os onze anos de elevação da cidade à designação de Património da Humanidade.
Tal classificação, aconselhava a que a autarquia portuense e as diferentes organizações da cidade, pudessem ter construído um evento comemorativo mais amplo e apropriado. Mas tal, não aconteceu. O que, nem é surpresa.
A esse nível, é de todo incompreensível a pouca importância a que tem sido votada nos últimos anos, esta classificação pela UNESCO, nas estratégias de afirmação do Porto e da Região Metropolitana, no contexto nacional e internacional.
Profissionais de Planeamento vão ser acreditados
Por iniciativa do Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, foi iniciado um processo que pretende vir a estabelecer um sistema de certificação e responsabilização dos profissionais que intervêm nos procedimentos de planeamento e gestão do território.
Trabalho coordenado pelo Prof. Costa Lobo a partir da participação das organizações do sector e com base num documento colocado inicialmente a debate, produzido pela Ad-Urbem, o Gabinete do Secretário de Estado preparou a “Proposta para a Criação de um Sistema de Acreditação e Registo de Profissionais de Planeamento e Gestão Territorial”.
Este documento serviu de base a um Despacho do Secretário de Estado, através do qual foi criado um Grupo de Trabalho, constituído por ordens e associações profissionais e que deverão já ter apresentado a proposta final a debate.
Esta iniciativa do governo insere-se no objectivo geral da simplificação e eficiência do sistema de gestão territorial que o Governo vem prosseguindo.
Trabalho coordenado pelo Prof. Costa Lobo a partir da participação das organizações do sector e com base num documento colocado inicialmente a debate, produzido pela Ad-Urbem, o Gabinete do Secretário de Estado preparou a “Proposta para a Criação de um Sistema de Acreditação e Registo de Profissionais de Planeamento e Gestão Territorial”.
Este documento serviu de base a um Despacho do Secretário de Estado, através do qual foi criado um Grupo de Trabalho, constituído por ordens e associações profissionais e que deverão já ter apresentado a proposta final a debate.
Esta iniciativa do governo insere-se no objectivo geral da simplificação e eficiência do sistema de gestão territorial que o Governo vem prosseguindo.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Cheios e... Vazios
O método de criar "objectos arquitectónicos" implica, também, a procura de formas que reforcem e evidenciem os "cheios e vazios", ou ainda, que potenciem cenários e imagens diferenciadas, de acordo com as diversas circunstâncias e os diferentes tipos de utilizadores e utilizações...
É este o fascínio de uma Arte que tende, cada vez mais, a ser condicionada pela pela forma de legislar no nosso país...
Mas não será isso um desafio?
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