sexta-feira, 27 de março de 2020
Sexta-Feira, 27
Sexta-Feira, 27. Quaresma.
A semana termina com os números que teimam em crescer.
Passaram cerca de 15 dias desde que uma espécie de consciência colectiva “acordou” para o combate a uma guerra contra o inimigo desconhecido… invisível.
Depois do frenesim quase eufórico de muitos dos internautas na “rede”, a verdadeira dimensão da pandemia parece ter entrado, verdadeiramente, na consciência de todos nós.
Parece ser transversal à generalidades dos mortais, ter gente que Lhes (nos) toca que se encontram infectados e afectados pelo já famigerado vírus de nome Corona. Quer física quer emocionalmente. Quer ainda economicamente.
Em Portugal, à hora a que escrevo estas linhas, são já 4268 confirmados, 76 óbitos, 43 recuperados. Mais de 25.000 suspeitos (fonte DGS).
Um contágio a cada 2 segundos é mais ou menos a média mundial.
Estamos em fase de mitigação. O contágio é comunitário. Crescimento exponencial.
Os números vão certamente continuar a aumentar. Não sabemos bem até quando, mas vão continuar a aumentar. Preparemo-nos.
A economia ameaça queda abrupta. Sem precedentes. Nunca como hoje, o mundo, incluindo o dito “civilizado”, assistiu a tamanha prova de sobrevivência. Em termos de saúde pública e em termos económicos.
Alguns, felizmente cada vez menos, ainda vão insistindo e profetizando sobre o apocalipse, sobre a derrota do nosso SNS, sobre o colapso do sistema, sobre a queda de tudo o que mexe… como se alguém, por mais incrível e visionário que fosse, tivesse alguma vez previsto, mesmo no pior dos seus pesadelos, algo tão malévolo e semelhante ao que nos tem assolado.
Para esses, apetecer-me-ia usar o termo “Repugnante”, magistralmente utilizado pelo nosso primeiro ministro quando, ainda na passada madrugada, comentava a reunião ocorrida com dirigentes dos países que integram a união europeia, nomeadamente o ministro das finanças Holandês que perante o pedido de apoio de países como a Espanha e a Itália, que referiam não ter condições nem margem orçamental para lidar com os efeitos da crise, ousou afirmar que a Comissão Europeia deveria investigar esses países.
- Repugnante sim sr. Wopke! O senhor e a sua expressão é mesquinha e repugnante!
Essa não é a nossa europa.
Como disse AC, “Estar numa União (Europeia) a 27 não é viver por si só, é partilhar com os outros as dificuldades e as vantagens”.
O dia, fica ainda marcado por mais duas situações que merecem nota de destaque.
- A chegada ao Porto, pela manha, de material e equipamento de protecção individual, absolutamente fundamental para continuar a apetrechar os nossos hospitais e incansáveis profissionais de saúde. Esse é o foco.
E também o digno exemplo de oração do Papa Francisco na praça São Pedro, Vaticano: “abraçar o Senhor para abraçar a esperança”.
Que Homem extraordinário…
PNCS
Caldas de S. Jorge 27 de março de 2020
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