sábado, 3 de outubro de 2015

Conversas nas paisagens da diversidade urbana




“Por dentro da AMP” é um projecto que pretende debater a contemporaneidade urbana da Área Metropolitana do Porto (AMP).

Através de visitas-guiadas a lugares metropolitanos seleccionados, reflecte-se e questiona-se a ideia de um espaço coeso, compacto e centralizado no Porto, dando a conhecer a natureza diversa e complexa dos processos de transformação urbana e paisagens deles decorrentes.

“Sob a abrangência territorial da AMP e as temáticas mais reveladoras da explosão do urbano, a construção dos percursos interpela e provoca os intervenientes das instituições locais e da investigação urbanística que guiarão estas viagens metropolitanas”.

O primeiro encontro realizou-se, esta tarde, em Santa Maria da Feira.

Com um conjunto de investigadores e técnicos de alguns municípios da AMP (guiados por Ivo Oliveira, autor da tese de doutoramento “Revisões da Infraestrutura Viária Local: o reconhecimento do Lugar Público no Território Desruralizado e Extensamente Urbanizado de Santa Maria da Feira”) visitamos e conversamos sobre a questão da infraestrutura e urbanização em Santa Maria da Feira.

Reflectindo sobre alguns “fenómenos urbanos do território, iniciamos o percurso através da linha do Vouga entre a estação da “Vila da Feira” na sede do concelho, e a estação/apeadeiro de “Sampaio de Oleiros” (são assim denominadas).

A caminhar entre Oleiros e o Museu do Papel de Paços de Brandão fomos “trocando ideias” sobre a relação entre a indústria e o actual padrão territorial em que se destacam alguns loteamentos urbanos dos anos 70, 80 e 90 bem como as quintas e espaços verdes que resistem e contribuem para a manutenção do equilíbrio e dimensão urbana do território.

Percorremos depois, de autocarro, o eixo “Paços de Brandão-Lamas-Lourosa-Fiães” para reflexão sobre os principais fenómenos urbanos de Santa Maria da Feira, a industria corticeira, a sua relação com a estrutura urbana, a Estrada Nacional 1, as conexões a explorar ao nível transportes colectivos. Contemplamos também, por momentos, o Vale do Uíma e abordamos o papel do sistema hidrográfico e dos espaços agrícolas na caracterização da urbanização (os passadiços do Uíma tornar-se-ão, naturalmente, uma espécie de rede capilar que potenciará a relação entre o espaço urbano e o espaço natural).

De regresso a Santa Maria da Feira, percorremos ainda a EN 326 (passando pelo cruzamento com a EN 223, na Corga de Lobão) até Louredo, inflectindo aí em direcção aos limites entre Romariz e Guisande local onde pudemos “observar” o canal da A32 e tentar perceber as transformações resultantes da inserção das novas infraestruturas viárias e sua potencial relação com o desenvolvimento futuro do território local.

Tempo também para explorar a área envolvente às Termas de S. Jorge, sua relação com o Uíma e dar a conhecer o “cluster” nacional da industrial de puericultura.

Mesmo a finalizar, uma passagem pela “Estrada Real” e reflexão acerca do seu papel na história, a sua transformação e o seu potencial como referência urbana e turística da região.

Este projecto integra-se no âmbito da “ARQ OUT 2015” da Ordem dos Arquitectos (SRN): a celebração do Dia Mundial da Arquitectura é na primeira segunda-feira do mês de Outubro e tem nestes e noutras iniciativas o prolongamento das comemorações a todo o mês de Outubro.


PNCS, 03 de Outubro de 2015

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