sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Equacionar Estratégias - um desafio para os nossos tempos...

É hoje quase universalmente aceite, pelo menos nos meios mais técnicos e académicos, que nos encontramos numa época em que as análises macro e olhadas a uma escala mais ampla são, de facto, os grandes desafios que se colocam às cidades e ao território em geral.

Convirá então reflectir, sobre o significado de PLANEAMENTO ESTRATÉGICO e o modo como esse “exercício”, ao nível local e regional, pode constituir desafios e possíveis abordagens territoriais que contribuam para o crescimento saudável dos espaços que vivemos. No fundo, perceber que só com este tipo de abordagens se podem estabelecer princípios e valores de intervenção no território: identificar os pontos menos bons e desenvolver as potencialidades.

Nesse sentido, o processo de planeamento estratégico e o novo ciclo de desenvolvimento urbano emergente, deve apontar caminhos e estabelecer os princípios a seguir na organização do nosso território, quer seja na reabilitação, na criação de uma harmonia urbana, na problemática da integração, quer seja na ocupação selectiva e prudente dos vazios urbanos, na democratização do espaço público e, porque não, no cosmopolitismo.

Como se sabe, e convirá referir, os planos não são intemporais. É necessária uma atenção permanentemente aos ciclos civilizacionais bem como às mutações do território e da estrutura social.

Por isso, a cada momento, é necessário pensar, reflectir, discutir, criar desígnios comuns de desenvolvimento. Saber para onde queremos ir. Perceber para onde vamos…
No entanto, é fundamental a participação de todos os agentes. A definição de um bom plano estratégico será aquele que resultar de um diálogo e de um processo participativo dos agentes sociais, económicos e culturais. O processo participativo é, portanto, prioritário no que diz respeito à definição de conteúdos, na medida em que, desse processo, dependerá a viabilidade dos objectivos e actuações que se proponham para as nossas terras. Só assim se poderão recolher e unificar diagnósticos bem como estabelecer marcos coerentes para uma mobilização e uma cooperação de todos os agentes da cidade.

Entretanto, será fundamental uma clarificação: o resultado de um plano estratégico não deverá ser uma norma, nem tão pouco um regulamento. Deverá ser, se assim quisermos, uma espécie de instrumento ou contrato político entre as instituições públicas e a sociedade civil.

Acima de tudo porque o mundo mudou. E temos de perceber estas novas dinâmicas.
Sabemos por isso que temos de definir renovados modelos de desenvolvimento.
Há 10/15 anos por exemplo, víamo-nos confrontados com uma fortíssima pressão urbanística, que fez o território crescer, algumas das vezes, com menor qualidade.
Hoje, as coisas são diferentes. Diferentes porque as pessoas evoluíram e hoje exigem mais qualidade. Exigem espaços mais qualificados.
Hoje, exige-se um território Revitalizado. Um território capaz de valorizar as suas potencialidades. Capaz de criar novas oportunidades. Um território mais competitivo.
Por isso, enquanto cidadãos, não devemos pois resignar-nos à crítica pela crítica. Devemos, sim, ter uma atitude proactiva contribuindo, à maneira de cada um, para a definição dos desígnios e filosofias de desenvolvimento do nosso território.

É por aí que, do meu ponto de vista, temos de prosseguir.
Devemos então discutir o ambiente urbano. Aquilo que nos rodeia. O espaço em que vivemos e trabalhamos. Devemos pensar no património. Na mobilidade e transportes. Nos equipamentos. No uso do solo. Na vivência urbana. No principio da democratização do território. No estimulo da comunicação entre os cidadãos.

Nem que seja por uma questão de... Cidadania.

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