quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

"Réquiem" pelas Árvores

Muitas das terras e lugares do nosso país, são caracterizadas, entre outros singulares adjectivos, pelas suas bordaduras de árvores de sombra e maciços arbóreos ou arbustivos, que lhes conferem um encanto especial e as distinguem de outras paragens.

Quem não aprecia aqueles lugares que, numa qualquer tarde de Verão, nos proporcionam agradáveis sensações de frescura e de relaxamento associadas aos raios de luminosidade que, de quando em vez, teimam em ser filtrados por essas frondosas massas verdes.

Ficam geralmente na memória algumas das belas estradas Ribatejanas, as da zona do Buçaco ou as zonas envolventes de algumas estâncias termais do nosso país.

A esse nível, tenho ainda bem presente na memória, o centro deste emocionante espaço territorial que se chama Caldas de S. Jorge.

Quer se queira, quer não queira, esta vila e, principalmente a sua zona central, é conhecida e apreciada não só pelas termas, pelo rio, pelo ilha, pelo parque infantil, pelas pessoas, mas também, e acima de tudo, pelo conjunto que elas formam.

Por isso, fico sem entender as acções que determinadas pessoas ou entidades estão a levar a cabo em todo este nosso património natural.

As denominadas podas cirúrgicas, o desbaste e o abate abusivo com que estão a brindar a paisagem e as árvores existentes no centro da nossa vila é, a todos os níveis, incompreensível. Só quem não conhece a história e a memória do local se lembraria de cometer tal “leviandade”.

A minha e muitas outras gerações cresceram à sombra dos velhos plátanos do parque. E é essa memória colectiva que não podemos deixar que nos retirem. Pelo menos isso.

Por outro lado, gostaria que alguns iluminados me explicassem se é este o contributo que querem dar a Caldas de S. Jorge, se é desbaratando as coisas que esta terra tem de melhor que conseguirão a famosa “visibilidade” que tanto procuram.

Costuma dizer-se em alguns círculos que “...É melhor não mexer. Pelo menos não se estraga...”. E essa frase tem, neste caso específico, uma pertinência tremenda.

Se do ponto de vista emocional, estas acções são altamente criticáveis, do ponto de vista ambiental, a coisa está então, longe de ser considerada como uma boa e razoável prática.

As violentas podas, consideram-se, absolutamente inadequadas. E os agora irremediáveis abates de cedros ou ciprestes completamente reprováveis.

Suporte técnico para cometer tais acções?

Está longe (muito longe) de consenso, mesmo na comunidade especialista na matéria, que estas acções possuam algum benefício. Pelo contrário, podem acelerar drasticamente o processo de envelhecimento das espécies arbóreas, ou mesmo desvirtuá-las da sua forma natural. Irremediavelmente.

No que diz respeito ao abate de outras espécies, pelo menos poderiam ter tido a ousadia de pensar... Pensar em replantar essas espécies num local que não lhes “obstruísse” a passagem.

Ou muito me engano, ou as coisas, por estas bandas, andam a ficar um pouquinho esquisitas...

2 comentários:

Anónimo disse...

ola, bom dia
Nao conhecia este blog, vim aki ter por acaso, e como sou nortenha, gostei de ler acerca das "minhas terras"
Por isso obrigada
Voltarei mais vezes,posso?

ate lá, beijinho

Anónimo disse...

A responsabilidade deve ser de alguém que está a precisar de lenha.
Quanto aos motivos eles aprendem uns com outros: ....e coisa e tal, as árovores estavam doentes e foi para evitar prejuízos e acidentes.