Está quase. Os fundamentalistas podem começar a preparar as garrafas.
Daqui a umas horas, nesta sociedade cada vez mais opressiva e segregadora, os fumadores passam a ser considerados, oficialmente, um grupo de malfeitores e de personas non gratas à comunidade.
A Lei 37/2007, de 14 de Agosto, que entra em vigor no primeiro dia de 2008, define os locais onde é proibido fumar, ou seja, quase todos: serviços públicos, locais de trabalho, estabelecimentos de saúde, estabelecimentos de ensino, locais destinados a menores de dezoito anos, recintos de espectáculos, estabelecimentos hoteleiros, restaurantes, cafés, bares, discotecas, etc.
Mas há excepções nesta lei que até parece simpática. A lei permite, por exemplo, aos responsáveis dos restaurantes, bares e discotecas, a possibilidade de optarem por uma outra solução: abrir o espaço a fumadores e não fumadores (no caso de áreas destinadas ao público inferiores a 100 metros quadrados) ou, criar um espaço destinado especificamente a fumadores (no caso de áreas destinadas ao público superiores a 100 metros quadrados).
O problema é que quem quiser aceitar os fumadores, terá que fazer obras a um custo elevadíssimo e sujeitar-se às inspecções da ASAE (qualquer dia sou capaz de falar nisto). Logo, como mais vale um pássaro na mão do que dois a voar, a maioria vai preferir, estou convicto, colocar à entrada dos estabelecimentos, um cartaz com uma cruz em cima dos cigarros.
Anda tudo com fobias. Qualquer dia ainda proíbem as pessoas de usar perfumes intensos.
Parece estarmos a caminhar para uma ditadura de costumes. Julgo por isso fundamental a necessidade de se estabelecerem limites à intromissão do Estado na vida dos cidadãos, sob pena da nossa vida se arriscar a ficar sem sabor e sem jeito. Parece-me evidente que a salvaguarda dos direitos dos não fumadores não deve ser feita à custa dos direitos dos fumadores. Como dizia o meu amigo Afonso Candal, “Fumar não é uma actividade ilegal. É um bocado estúpida, mas não é ilegal”.
Está certo que ninguém tem de levar com o fumo dos outros, mas daí até não respeitar a vontade daqueles que não se importam de estar num local cheio de fumo (como no meu caso), parece-me mal.
Querem-nos tirar o prazer dos alimentos tradicionais, do enchidos, do queijo da serra, dum bom charuto à mesa de um bom restaurante, acompanhado por um copo de tinto “la Rosa” – Reserva do Douro.
Enfim, os fundamentalistas estão a tomar conta da sociedade. Qualquer dia, somos bem capazes de andar pelas ruas tristes e frios, com um ar pálido como os nórdicos mas... saudáveis...
Qualquer dia vão conseguir que a nossa vida fique tão insossa tão insossa e sem uma pitada de sal que... até nem dará prazer sorrir.
Enfim...
domingo, 30 de dezembro de 2007
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Breve nota
Surpresa agradável.
Hoje, ao abrir este espaço, verifiquei a existência de dois simpáticos comentários do ALA – amigo de outras andanças – facto demonstrativo de que, a conta gotas, ainda há muito boa gente que vai tendo a paciência de ler as minhas “certas confidências”.
Gostei especialmente do seu comentário ao post “Futuro...”.
Se há pessoa que nesta matéria possui uma coerência acima da média é, de facto, ALA.
Não raras as vezes, alertou-me para a importância da competitividade e da diferenciação, enquanto base fundamental para o nosso crescimento profissional ou ainda do desenvolvimento social e económico do país.
É de pessoas como ALA, que pensam o Futuro não só numa lógica tecnocrática e tecnológica, mas também através de uma visão humanista e diferenciada, que o país necessita.
E ele, como saberá, está no local certo para a formar os Homens e Mulheres do Futuro. Estou certo que é isso que acontece...
- Volta sempre.
Hoje, ao abrir este espaço, verifiquei a existência de dois simpáticos comentários do ALA – amigo de outras andanças – facto demonstrativo de que, a conta gotas, ainda há muito boa gente que vai tendo a paciência de ler as minhas “certas confidências”.
Gostei especialmente do seu comentário ao post “Futuro...”.
Se há pessoa que nesta matéria possui uma coerência acima da média é, de facto, ALA.
Não raras as vezes, alertou-me para a importância da competitividade e da diferenciação, enquanto base fundamental para o nosso crescimento profissional ou ainda do desenvolvimento social e económico do país.
É de pessoas como ALA, que pensam o Futuro não só numa lógica tecnocrática e tecnológica, mas também através de uma visão humanista e diferenciada, que o país necessita.
E ele, como saberá, está no local certo para a formar os Homens e Mulheres do Futuro. Estou certo que é isso que acontece...
- Volta sempre.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Futuro...
A História faz-se de futuro.
E o futuro, que tende a ser a contestação da estética tradicional, é a tecnologia, é a rapidez, as novas formas, os novos modelos, é a adopção de recursos que a ciência e a tecnologia põem ao nosso dispor, é a procura da perfeição. Futuro é aproveitar toda esta simbiose.
Futuro é ainda opinião, é uma forma de estar.
Futuro suscitará sempre dúvidas. Terá sempre opositores. E consequências.
Por isso, o futuro, por muito que pareça estranho, é "obrigar" a quem pensa o futuro, à resolução dos problemas sociais, da destruição dos ecossistemas, da falta de qualidade urbana das nossas cidades, do direito de todos a uma vida condigna.
Que quem pensa o futuro, ouse inovar, com formas e métodos que fiquem para a história. Em métodos que assentem no respeito pelos outros. Em respeito pela Humanidade...
E o futuro, que tende a ser a contestação da estética tradicional, é a tecnologia, é a rapidez, as novas formas, os novos modelos, é a adopção de recursos que a ciência e a tecnologia põem ao nosso dispor, é a procura da perfeição. Futuro é aproveitar toda esta simbiose.
Futuro é ainda opinião, é uma forma de estar.
Futuro suscitará sempre dúvidas. Terá sempre opositores. E consequências.
Por isso, o futuro, por muito que pareça estranho, é "obrigar" a quem pensa o futuro, à resolução dos problemas sociais, da destruição dos ecossistemas, da falta de qualidade urbana das nossas cidades, do direito de todos a uma vida condigna.
Que quem pensa o futuro, ouse inovar, com formas e métodos que fiquem para a história. Em métodos que assentem no respeito pelos outros. Em respeito pela Humanidade...
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
"Uma verdade inconveniente"
(...)
“A nossa crise climática pode, por vezes, parecer-nos estar a acontecer lentamente, mas, na verdade, está a desenrolar-se muito rapidamente e tornou-se uma verdadeira emergência planetária.
A expressão chinesa para crise é formada por dois caracteres. O primeiro é um símbolo de perigo, e o segundo um símbolo de oportunidade. A fim de enfrentarmos o perigo que nos espreita e de ultrapassá-lo, temos de reconhecer, em primeiro lugar, que estamos perante uma crise.
Porque será, então, que os nossos lideres parecem não ver esses sinais de alerta? Estarão a resistir à verdade, porque sabem que no momento em que a reconhecerem terão de enfrentar o imperativo moral de agir? Será apenas mais simples ignorar os avisos?
Talvez, mas as verdades inconvenientes não desaparecem apenas porque não são vistas. De facto, quando não lhes damos resposta, a sua relevância não diminui, aumenta.”
(...)
Al Gore
“A nossa crise climática pode, por vezes, parecer-nos estar a acontecer lentamente, mas, na verdade, está a desenrolar-se muito rapidamente e tornou-se uma verdadeira emergência planetária.
A expressão chinesa para crise é formada por dois caracteres. O primeiro é um símbolo de perigo, e o segundo um símbolo de oportunidade. A fim de enfrentarmos o perigo que nos espreita e de ultrapassá-lo, temos de reconhecer, em primeiro lugar, que estamos perante uma crise.
Porque será, então, que os nossos lideres parecem não ver esses sinais de alerta? Estarão a resistir à verdade, porque sabem que no momento em que a reconhecerem terão de enfrentar o imperativo moral de agir? Será apenas mais simples ignorar os avisos?
Talvez, mas as verdades inconvenientes não desaparecem apenas porque não são vistas. De facto, quando não lhes damos resposta, a sua relevância não diminui, aumenta.”
(...)
Al Gore
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
A hora do Norte?
Pela primeira vez, parece-me, o Norte começa a querer demonstrar que, afinal de contas, também há vida para além da Capital.
Nesse preâmbulo, a famosa GAMP (grande Área Metropolitana do Porto), e os seus respectivos “municípios associados”, trabalham já, afincadamente, na indicação de potenciais infraestruturas de natureza estruturante ou de dimensão metropolitana, que possam vir a ser contempladas no Quadro de Referência Estratégica Nacional (vulgo QREN).
O facto novo é, sem dúvida, a antecipação que parece estar a germinar nos diferentes municípios, fazendo antever que, desta vez, o Governo vai ter mesmo de se ver com o norte do país e mais concretamente com a região do Grande Porto.
Julgo que valerá a pena. Ao invés de esperarmos pela iniciativa da Capital e de nos lamentarmos constantemente pelo “não investimento” no Norte, poderão ser apresentados projectos e iniciativas de natureza e dimensão regional, o que permitirá a existência de uma forte capacidade reivindicativa desta região.
Talvez seja isso que tem faltado durante estes anos todos ao Norte: a apresentação de programas ou projectos de desenvolvimento abrangentes e a formação dos seus próprios líderes no sentido de desencadearem protestos “a uma só voz” na defesa dos seus interesses (região), convencendo ao mesmo tempo, o país, que vale a pena avançar com a Regionalização.
Nesse preâmbulo, a famosa GAMP (grande Área Metropolitana do Porto), e os seus respectivos “municípios associados”, trabalham já, afincadamente, na indicação de potenciais infraestruturas de natureza estruturante ou de dimensão metropolitana, que possam vir a ser contempladas no Quadro de Referência Estratégica Nacional (vulgo QREN).
O facto novo é, sem dúvida, a antecipação que parece estar a germinar nos diferentes municípios, fazendo antever que, desta vez, o Governo vai ter mesmo de se ver com o norte do país e mais concretamente com a região do Grande Porto.
Julgo que valerá a pena. Ao invés de esperarmos pela iniciativa da Capital e de nos lamentarmos constantemente pelo “não investimento” no Norte, poderão ser apresentados projectos e iniciativas de natureza e dimensão regional, o que permitirá a existência de uma forte capacidade reivindicativa desta região.
Talvez seja isso que tem faltado durante estes anos todos ao Norte: a apresentação de programas ou projectos de desenvolvimento abrangentes e a formação dos seus próprios líderes no sentido de desencadearem protestos “a uma só voz” na defesa dos seus interesses (região), convencendo ao mesmo tempo, o país, que vale a pena avançar com a Regionalização.
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