terça-feira, 25 de novembro de 2008
domingo, 23 de novembro de 2008
Da memória à criação de uma forte identidade...
As cidades, como as civilizações, nascem, crescem, declinam e morrem quando lhes faltam os recursos que as mantêm vivas e, acima de tudo, quando não possuem um projecto de vida próprio.
A generalidade das cidades em que hoje vivemos, enquanto estruturas em permanente mutação, sofrem os efeitos das pressões submetidas pela sociedade, baseada na produção lucrativa e orientada para a sua maximização.
A diminuição do espaço disponível, nas suas zonas mais centrais, provoca o aumento do valor dos respectivos terrenos, ficando estes apenas ao alcance das actividades ligadas ao ramo imobiliário, relegando a primazia do espaço público para as periferias e, muitas vezes, para um segundo plano.
A cidade convencional é, portanto, estimulada a crescer irreversivelmente e a concentração da população que nela encontramos, corre o risco de viver com a inexistência de um espaço vital e humanizado, cada vez mais impessoal, onde as pessoas se acotovelam nos passeios (quando estes existem) e o transito automóvel invade todos os lugares.
Portanto, admitindo o sentido figurativo e mais amplo do termo “cidade”, entendo ser extremamente pertinente, neste período de conjuntura económica mais desfavorável e em que a promoção imobiliária é menos evidente, que haja um sério e amplo debate, no sentido de se encontrarem melhores soluções para a definição de uma filosofia de desenvolvimento e para o reforço da identidade desta imensa terra em que vivemos.
Como já dizia Ebenezer Howard em 1898, o pioneiro moderno da descentralização da cidade industrial, com a invenção da cidade-jardim, o pensamento sobre as vilas e cidades assenta em 3 princípios fundamentais:
- A terra devia pertencer à comunidade;
- Todas as pessoas deviam estar envolvidas no planeamento;
- Devia haver harmonia entre o espaço construído e o ambiente natural.
No caso específico de Caldas de S. Jorge, creio existirem condições para que, a prazo, se possa vir a transformar num “território modelo” no âmbito da região em que se insere. Que possa voltar a ser um local aprazível e um espaço procurado pelas mais variadas gentes.
Nos últimos anos, temos assistido à renovação de alguns equipamentos que, sem dúvida alguma, se traduzem num pilar fundamental para a crescente importância que esta terra pode assumir.
Exemplo disso, foram as obras de reformulação e ampliação do edifício das Termas, todas as obras de requalificação da sua área envolvente, a definição de um projecto de renovação do espaço “Ilha”, a reabilitação da Igreja Matriz, etc. Podemos ainda referir a potencial e eminente aprovação do novo centro de dia/noite no âmbito dos incentivos criados pelo governo central ou ainda o “irreversível” percurso pedonal que surgirá ao longo do Uíma.
Mas também jamais poderemos esquecer um dos maiores patrimónios que esta terra possui: a actividade industrial e económica ligada aos artigos de puericultura. Desde há várias décadas que, num esforço conjunto entre empresários e operários, gente mais abastada ou mais humilde, têm levado com o seu trabalho, o nome de Caldas de S. Jorge aos diferentes cantos do mundo. Esta é uma questão que importa realçar e, porque não, acarinhar de forma incessante. Não se pode evocar esta terra sem se falar da industria de puericultura.
Mas a identidade de Caldas de S. Jorge pode e deve ser ainda mais forte. Os projectos e os sonhos deverão ser, a breve prazo, transformados em realidade. Falo, obviamente, da definição de um programa operacional em torno da actividade Termal e Turística na área central da vila, da criação de um Parque Verde Urbano, da qualificação do espaço público, da requalificação da “Casa da Pines” enquanto “pousada de charme” e que possa catapultar a criação de condições reais para a instalação do hotel desejado, e da construção de um pequeno auditório associado a uma “casa/museu do brinquedo”...
Mas, para que isso seja possível, é preciso gerar-se discussões, debates, criar consensos e desígnios comuns. É preciso, acima de tudo, respeitar as pessoas.
Se isso acontecer, estou certo que por cá, e dentro de pouco tempo, se vai cometer o crime original: o da sedução.
Porque o sentido crítico da reversibilidade se revela cada vez mais poderoso...
A generalidade das cidades em que hoje vivemos, enquanto estruturas em permanente mutação, sofrem os efeitos das pressões submetidas pela sociedade, baseada na produção lucrativa e orientada para a sua maximização.
A diminuição do espaço disponível, nas suas zonas mais centrais, provoca o aumento do valor dos respectivos terrenos, ficando estes apenas ao alcance das actividades ligadas ao ramo imobiliário, relegando a primazia do espaço público para as periferias e, muitas vezes, para um segundo plano.
A cidade convencional é, portanto, estimulada a crescer irreversivelmente e a concentração da população que nela encontramos, corre o risco de viver com a inexistência de um espaço vital e humanizado, cada vez mais impessoal, onde as pessoas se acotovelam nos passeios (quando estes existem) e o transito automóvel invade todos os lugares.
Portanto, admitindo o sentido figurativo e mais amplo do termo “cidade”, entendo ser extremamente pertinente, neste período de conjuntura económica mais desfavorável e em que a promoção imobiliária é menos evidente, que haja um sério e amplo debate, no sentido de se encontrarem melhores soluções para a definição de uma filosofia de desenvolvimento e para o reforço da identidade desta imensa terra em que vivemos.
Como já dizia Ebenezer Howard em 1898, o pioneiro moderno da descentralização da cidade industrial, com a invenção da cidade-jardim, o pensamento sobre as vilas e cidades assenta em 3 princípios fundamentais:
- A terra devia pertencer à comunidade;
- Todas as pessoas deviam estar envolvidas no planeamento;
- Devia haver harmonia entre o espaço construído e o ambiente natural.
No caso específico de Caldas de S. Jorge, creio existirem condições para que, a prazo, se possa vir a transformar num “território modelo” no âmbito da região em que se insere. Que possa voltar a ser um local aprazível e um espaço procurado pelas mais variadas gentes.
Nos últimos anos, temos assistido à renovação de alguns equipamentos que, sem dúvida alguma, se traduzem num pilar fundamental para a crescente importância que esta terra pode assumir.
Exemplo disso, foram as obras de reformulação e ampliação do edifício das Termas, todas as obras de requalificação da sua área envolvente, a definição de um projecto de renovação do espaço “Ilha”, a reabilitação da Igreja Matriz, etc. Podemos ainda referir a potencial e eminente aprovação do novo centro de dia/noite no âmbito dos incentivos criados pelo governo central ou ainda o “irreversível” percurso pedonal que surgirá ao longo do Uíma.
Mas também jamais poderemos esquecer um dos maiores patrimónios que esta terra possui: a actividade industrial e económica ligada aos artigos de puericultura. Desde há várias décadas que, num esforço conjunto entre empresários e operários, gente mais abastada ou mais humilde, têm levado com o seu trabalho, o nome de Caldas de S. Jorge aos diferentes cantos do mundo. Esta é uma questão que importa realçar e, porque não, acarinhar de forma incessante. Não se pode evocar esta terra sem se falar da industria de puericultura.
Mas a identidade de Caldas de S. Jorge pode e deve ser ainda mais forte. Os projectos e os sonhos deverão ser, a breve prazo, transformados em realidade. Falo, obviamente, da definição de um programa operacional em torno da actividade Termal e Turística na área central da vila, da criação de um Parque Verde Urbano, da qualificação do espaço público, da requalificação da “Casa da Pines” enquanto “pousada de charme” e que possa catapultar a criação de condições reais para a instalação do hotel desejado, e da construção de um pequeno auditório associado a uma “casa/museu do brinquedo”...
Mas, para que isso seja possível, é preciso gerar-se discussões, debates, criar consensos e desígnios comuns. É preciso, acima de tudo, respeitar as pessoas.
Se isso acontecer, estou certo que por cá, e dentro de pouco tempo, se vai cometer o crime original: o da sedução.
Porque o sentido crítico da reversibilidade se revela cada vez mais poderoso...
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Esquissos
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
The 44th President of United States of America
"The choice in this election is not between regions or religions or
genders. It's not about rich vs. poor, young vs. old. And it is not
about black vs. white.
This election is about the past vs. the future. It's about whether we
settle for the same divisions and distractions and drama that passes
for politics today or whether we reach for a politics of common sense
and innovation, a politics of shared sacrifice and shared prosperity."
(excerto do discurso de Barack Obama no dia da vitória)
domingo, 2 de novembro de 2008
"Esperança"
"Quero que sejas
a última palavra
da minha boca.
A mortalha de sol
que me cubra e resuma.
Mas como à despedida só há uma bruma
no entendimento,
e o próprio alento
atraiçoa a vontade,
grito agora o teu nome aos quatro ventos.
Juro-te, enquanto posso, lealdade
por toda a vida e em todos os momentos".
por Miguel Torga
a última palavra
da minha boca.
A mortalha de sol
que me cubra e resuma.
Mas como à despedida só há uma bruma
no entendimento,
e o próprio alento
atraiçoa a vontade,
grito agora o teu nome aos quatro ventos.
Juro-te, enquanto posso, lealdade
por toda a vida e em todos os momentos".
por Miguel Torga
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